Gustavo foi recontratado pelo Tricolor no ano passado sob enorme polêmica devido ao seu salário, de R$ 120 mil por mês
Homem de confiança nos dez primeiros meses da era Leco no São Paulo, o diretor-executivo de futebol Gustavo Vieira de Oliveira está balançado. A pessoas próximas, o presidente do Tricolor afirmou nesta segunda-feira que não enxerga outro cenário que não o da demissão do gestor em um futuro muito próximo.
A pressão em cima de Leco pela dispensa de Gustavo é enorme e vem de todas as frentes. No sábado, por exemplo, os vândalos que invadiram o CT tinham no dirigente um dos principais alvos. No cenário político, no Morumbi, o sobrinho de Raí também é extremamente contestado. Primeiro, pela falta de resultados - o time não vence há 49 dias dentro de casa e flerta com o rebaixamento no Brasileirão.
Depois, pelo alto custo. Gustavo recebe R$ 120 mil por mês de salário, quase quatro vezes mais do que embolsava até maio do ano passado, quando foi demitido por Carlos Miguel Aidar - na oportunidade, ele ocupava o cargo de gerente de futebol, com menos atribuições do que na função de diretor-executivo.
Leco confiava todas as principais decisões do departamento de futebol a Gustavo. Escolhas como Edgardo Bauza e Ricardo Gomes como técnico, as contratações de Maicon, Cueva e Buffarini, ainda que a preços elevados… A chegada de Cueva, por exemplo, causou o pedido de dispensa do então diretor de futebol, Luiz Cunha.
O dirigente se sentiu desautorizado quando descobriu que Gustavo não lhe contou sobre a negociação com Cueva. Pior: determinou que a contratação fosse abortada, pelo alto custo. Leco optou por ficar ao lado de Gustavo na queda de braço, culminando com a saída de Cunha.
A mudança radical na situação de Gustavo tem a ver com o medo de Leco em relação à eleição para a presidência do Tricolor. Ela está marcada para abril de 2017 e o atual mandatário teme ganhar uma série de inimigos dentro do clube por causa da manutenção do executivo.